Quando a paisagem recolhe
Seus olhos, na tarde calma,
É como alguém que se olhe
Com olhos de alma pra alma.
Se a paisagem esmorece,
Fechando os olhos doridos,
É como alguém que perdesse
A noção dos seus sentidos.
Não vê... não ouve... não fala...
Paisagem de si ausente,
Fico-me ausente, de olhá-la.
Caminho! Noite cerrada!
Sou a Paisagem de ausente
Toda em mim transfigurada.
Violante de Cysneiros (Armando Côrtes-Rodrigues)
in ORPHEU - 2º vol. (1915)
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